Metaverso: sete fatos para entender a nova experiência da Internet
O metaverso, universo virtual que promete ser o novo capítulo da Internet, não para de suscitar debates e polêmicas na web. E não é para menos, afinal, a proposta do metaverso é ambiciosa: espelhar o mundo real no ambiente virtual, onde as pessoas poderão interagir por meio de avatares 3D e a partir de tecnologias como realidade virtual e aumentada.
Muitos têm dificuldade para entender — ou mesmo imaginar — o funcionamento do metaverso, uma vez que ele ainda não existe. No entanto, sua chegada promete promover novos tipos de conexões humanas e inaugurar diferentes formas de trabalho, lazer e, até mesmo, viagens. Pensando nisso, o TechTudo separou uma lista com sete fatos que vão te ajudar a entender melhor a nova realidade da Internet.
1. O metaverso é um mundo virtual que espelha o real:
Atualmente as experiências na Internet são bidimensionais, ou seja, a navegação é realizada pela tela do dispositivo. No metaverso, um ambiente 3D pode ser acessado através de fones de ouvidos, óculos ou relógios conectados. A principal diferença é que, em um espaço tridimensional, o usuário consegue ter a sensação de estar dentro da própria web e experimentar a conexão de maneira mais completa e parecida com o mundo real.
Assim, o metaverso é, ao mesmo tempo, um espelho do real, uma vez que tem a capacidade de reproduzir locais que existem no mundo físico, e um universo totalmente novo, já que também permite a criação de uma realidade completamente inventada, com novos cenários. Para traduzir essa versão digital copiada do mundo real, especialistas usam o termo mirrorworld.
Outro termo importante para entender o metaverso é gêmeo digital, que define a versão virtual de um objeto ou de parte da vida real. Nesse sentido, um ponto interessante é que você pode ser quem quiser no metaverso. Lá, sua representação é feita por um avatar, ou seja, um personagem online que pode respeitar suas características — assemelhando-se a um desenho animado, como os conhecidos memojis, da Apple — ou assumir uma forma completamente diferente, baseada no que o usuário gostaria de ser.
2. O metaverso usa a tecnologia de realidade mista:
A imersão completa no metaverso se torna possível graças à tecnologia de realidade mista, que compreende elementos de Realidade Virtual (RV) e Realidade Aumentada (RA). Por meio dela, a pessoa consegue interagir com objetos virtuais e do mundo real, bem como os itens digitais também podem dialogar com os aparelhos físicos ou de um universo completamente inventado.
Embora ambas sejam tecnologias voltadas às experiências em ambientes virtuais, as diferenças entre as duas são grandes. Na RV, o usuário vive uma experiência imersiva: ao usar dispositivos como óculos especiais ou capacetes de imersão, a pessoa fica completamente mergulhada no mundo digital. A sensação é de realmente viver a nova realidade, como acontece em brinquedos de simulação de montanha-russa, por exemplo.
A RA, por sua vez, é uma sobreposição digital, com adição de imagens e gráficos, projetada no mundo real. Um bom exemplo é o jogo Pokemon Go, onde os personagens podem ser capturados em ambientes reais como se eles, de fato, estivessem ali. Para usar a realidade aumentada, basta usar um dispositivo móvel com os aplicativos necessários. Enquanto a RV cria um mundo diferente, a RA inclui componentes que interagem com uma realidade existente.
3. O metaverso é social e personalizável:
O metaverso envolve conexão entre pessoas que são representadas por seus avatares. Através da tecnologia, será possível interagir, marcar encontros e sair com alguém, entre outras atividades de lazer. Também existem propostas de uso do metaverso em ambientes mais tradicionais, nos setores de educação e negócios.
Nesse sentido, o Facebook (agora Meta), empresa que está à frente na corrida pelo desenvolvimento do metaverso, propõe o uso do Horizon Workrooms, um espaço em VR para ambientes de trabalho. A ideia é que as reuniões sejam mais naturais do que nas atuais videoconferências, já que os avatares poderão, também, copiar as expressões faciais ou aproximar-se dos outros colegas de trabalho. Além disso, a Microsoft anunciou que, a partir do ano que vem, as reuniões feitas pelo Teams também contarão com avatares em 3D.
4. Você já teve uma amostra grátis do Metaverso:
O metaverso pode até ser o assunto do momento, mas não é um conceito completamente novo. O termo teve uma das suas primeiras aparições nos anos 90, na obra de ficção científica Snow Crash, de Neal Stephenson, em que as pessoas tinham a possibilidade de escapar da realidade ao explorar um universo online usando um avatar.
Além disso, o metaverso parece ser uma versão mais robusta do Second Life, primeiro jogo comercial a simular a vida em ambiente 100% digital no qual as pessoas interagiam por meio de avatares 3D. O game fez sucesso nos anos 2000 e serve como referência de como seria uma experiência de conexão social no metaverso.
O Second Life tinha uma moeda própria, e os usuários podiam fazer negócios virtuais como compra e venda e de terrenos, além da obtenção roupas e acessórios para avatares. No metaverso, a movimentação tende a ser parecida, e a expectativa é que o investimento em criptomoedas e NFTs aumente de modo a fomentar o empreendedorismo e novos negócios.
Vale lembrar que o jogo, embora atraente e promissor, protagonizou polêmicas envolvendo dinheiro virtual e aliciamento de pedófilos a crianças. O fato serve de alerta para os entusiastas do metaverso e sinaliza a importância de uma regulamentação adequada.
5. O metaverso pode representar riscos à privacidade:
Por ser dona do WhatsApp, Facebook e Instagram, a Meta é dona de um dos maiores bancos de dados de identificação pessoal do mundo. O fato, somado aos inúmeros escândalos nos quais a empresa se envolveu, desperta dúvidas e preocupações quanto à privacidade e segurança dos usuários.
Além disso, caso a compra de dispositivos de realidade mista seja efetivada, a base de informações que a Meta detém sobre os usuários tende a ficar ainda mais completa. Isso porque os aparelhos contam com tecnologia de rastreamento de partes do corpo como olhos, rosto e mãos. Logo, a empresa poderá ter acesso às características físicas e traços da personalidade de cada um.
6. O metaverso não é um projeto exclusivo da Meta:
Apesar de monopolizar a construção desse universo digital, a Meta não é a única companhia focada no metaverso. Empresas como Epic Games, Nvidia, Microsoft e Roblox também estão interessadas nessa nova experiência da Internet.
Mas engana-se quem pensa que são apenas as empresas voltadas para tecnologia que estão interessadas em investir no novo universo digital. A Nike, por exemplo, está se preparando para comercializar tênis virtuais. A Disney, por sua vez, pensa em formas de usar o Disney+ como plataforma para o metaverso. A ideia da empresa é usar cenários virtuais e avatares animados para oferecer uma experiência de visitação completa.
7. O metaverso ainda não tem data para acontecer:
A construção do metaverso ainda está em seus estágios iniciais, uma vez que muitas tecnologias que o envolvem também estão em processo de evolução. A participação em um mundo virtual 3D dependerá, por exemplo, de uma conexão mais potente com a Internet. No Brasil, a chegada do 5G está prevista meados de 2022. Assim, é possível que o metaverso seja lançado na próxima década, ou até mais adiante.
Fonte: TechTudo
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