Blog Viewnet

Com redação do Brasil, foi aprovado o primeiro conceito global de OTTs, sigla em inglês para indicar empresas ‘over the top’, que oferecem serviços via internet, na União Internacional das Telecomunicações, o braço da ONU sobre o tema. E o país também é um dos proponentes do que poderá virar uma nova resolução, pela qual a UIT vai recomendar caminhos para a regulação do fluxo de dados no tocante a questões de privacidade.
 
“É o primeiro documento normativo da UIT que cita explicitamente o conceito de OTT e isso tem um significado grande porque é a primeira definição em caráter global aprovada por estados membros, pelos governos e também pelo setor privado”, ressalta o superintendente de competição da Anatel, Abraão Balbino e Silva, que preside um dos comitês do grupo de estudos da UIT sobre questões de economia e política regulatória.
 
De acordo com a resolução D262, que é uma recomendação de como deve ser o tratamento regulatório pelos estados membros da UIT, “OTT é uma aplicação acessada ou entregue na rede pública de internet que pode ter uma substituição direta/funcional em relação aos serviços de telecomunicações tradicionais”.
 
Segundo Silva, “essa recomendação diz basicamente como os Estados devem estabelecer um ecossistema colaborativo entre as OTTs e as operadoras do ambiente de telecomunicações tradicional. Ela reconhece o papel dinâmico e inovador das OTTs no estímulo à demanda das redes de telecomunicações”.
 
Mais do que isso, a tônica da recomendação internacional é no sentido da redução da carga regulatória que incide sobre os serviços de telecomunicações tradicionais. “No lugar de regular OTTs, tem que desregular telecom”, resume o superintendente de competição da Anatel.
 
O Brasil também apresentou contribuições sobre diretrizes para o tratamento regulatório da internet das coisas, que aborda na prática questões relacionada ao roaming permanente; outra sobre poder de mercado; e uma terceira a respeito de resolução de conflitos. Nesse caso, tratam-se de temas aceitos para se tornarem futuras resoluções.
 
Além disso, o Brasil será um dos editores de uma proposta da Índia para que a UIT se debruce sobre questões de privacidade relacionadas ao fluxo de dados – curiosamente apresentada no mesmo dia em que o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, era sabatinado no Congresso dos EUA sobre o uso indevido de dados de usuários da rede social em campanhas eleitorais.
 
“Privacidade é ponto crítico. E é complicado porque tem duas dimensões, o Direito e a questão econômica. Sem falar que privacidade é muito maior que telecom, por isso parte do debate é sobre até que ponto a UIT vai falar sobre isso. O SG3 [o grupo de trabalho sobre economia e políticas] trabalha eminentemente com questões econômicas. Então o objetivo é identificar quais são as falhas de mercado existentes nesse ecossistema e diante delas quais devem ser as diretrizes regulatórias”, completa Silva.
 
 

Postado por Elisandro Lima

Morbi sodales lorem lacus, non sodales nisi congue id. Duis eget ultrices massa, nec viverra lectus. Nulla facilisi. Quisque quis fringilla velit, sit amet tempor mauris. Ut ac ornare diam, et volutpat ante. Pellentesque mauris elit, bibendum vel hendrerit eu, placerat at metus. In a nibh nulla.


Deixe seu comentário

Topo