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Karen Sandler, advogada, desenvolvedora e defensora do software livre, descobriu jovem que o tamanho do seu coração era três vezes maior do que o de outras pessoas. Ela passava bem, mas precisaria, a partir daquele momento, contar com um desfibrilador interno. Quando o médico contou sobre a necessidade do aparelho, Karen questionou o representante da fabricante qual era o software que rodava no dispositivo e ele não soube responder.
 
Assumidamente geek, Karen quis entender como aquele dispositivo impactaria sua vida. “Fiquei chateada que teria de conviver com um metal dentro de mim, mas percebi que meu desfibrilador era minha entrada para o mundo dos ciborgues, que, em sua essência, é uma pessoa que tem sua existência constituída pela tecnologia digital”, lembrou em apresentação durante a Campus Party, realizada de 31 de janeiro a 5 de fevereiro, em São Paulo.
 
Mas Karen estava preocupada com a segurança do dispositivo e percebeu que, na verdade, não nenhum fornecedor do aparelho estava preocupado com o software que rodava dentro. “Mas saiba que ele é seguro. Se você estiver aí na plateia tentando invadi-lo, pode parar, pois ele não tem componente wireless”, brincou.
 
A especialista usou sua história para mostrar que, de forma geral, o mercado está se esquecendo de um componente fundamental de dispositivos: o software. Em uma era na qual qualquer aparelho poderá se comunicar com outro, formando a internet das coisas (IoT, na sigla em inglês), pensar no software é crucial.
 
“Quando pesquisadores invadem o sistema de carros, eles obtêm acesso por meio do sistema de entretenimento. Quanto mais o software interage com outras coisas, menos controle da sociedade e do futuro”, refletiu, completando que isso é algo com o qual devemos nos preocupar.
 
Para ela, o caminho para eliminar essas preocupações é por meio do software livre. Karen não acredita que software livre seja mais seguro do que o proprietário, mas com o tempo e a constante atuação da comunidade que atua com software livre, a tendência é de que ele seja mais seguro ao reduzir drasticamente o número de bugs. “Software livre moldará o futuro dos ciborgues”, finalizou.
 
Fonte: IT Forum

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